existe,
parece um vazio.
Lá dentro,
nas entranhas da casa,
ouve-se o sussurrar
dos sonos profundos,
dos homens que dormem.
Sonos e sonhos
justos, conforme o peso
de cada um.
Aqui, ouvindo o movimento,
intermitente, das águas correntes,
nos canos que são veias,
pregadas nas alvenarias das
paredes frias,
ponho-me apensar:
Onde estaremos amanhã?
Será que as notícias dos
jornais serão sempre as mesmas?
E se mudássemos tudo?
Por mágica divina,
as notícias virassem gente,
com vida, alma, espírito,
angústias e tudo o que a gente sente?.
Ah! Se as notícias fossem gente,
como seria o vazio dos jornais de cada dia?
Não sei responder.
Acho melhor voltar pra cama
ainda são 3:20 e falta
muito pro galo cantar.
A madrugada não tem silêncio,
não tem vazio, é apenas o
andar do tempo, através do
relógio da Ione.
Agosto de 1993
Nenhum comentário:
Postar um comentário