Ele vem devagar,
com muito cuidado,
amparando suavemente
a velha senhora.
No começo,
há meio século,
era jovem,
das mais trigueiras,
morena, ligeira
sambando como pluma,
disputada no fio da navalha.
Que tempos "bãos" da Lapa,
onde o Naval cantava
e pintava “Madame Satã” !
O Malandro Sarrafo,
terno de linho S-120
gingava redondo,
as valsas e os tangos;
tirava de letra
nos bailes do Elite.
Hoje, "old-boy", enfrenta
filas dos bancos,
por meio-salário,
depositando e sacando,
contratado por
micro-empresas,
no fuso bancário.
Oh! Sarrafo! ...
Se a gente pudesse
jogar porrinha,
esticando as mãos !
Diga Lupiscínio,
Que lona não vale.
Vá Sarrafo,
leve a Velha Senhora,
que hoje é matriz,
mas já foi a filial.
Peça tudo Sarrafo,
Vê se não falha!
Pois o tempo é
um grande canalha.
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